O país cansou do cansaço imposto pelo pessimismo. Essa é melhor notícia entre tantas reveladas com o crescimento de 1,12% apontado pelo Índice de Atividade Econômica, divulgado pelo Banco Central. Ainda é uma prévia do PIB oficial, mas seus efeitos são altamente positivos. A volta da confiança, ainda que timidamente, já tem bases reais. E não passa somente por Brasília, como tradicionalmente acontecia em um país acostumado ao paternalismo e à onipotência estatal.
A Lava-Jato escancarou nosso capitalismo de fachada, dominado por esquemas de corrupção entre governos e iniciativa privada. Pode causar surpresa a aparente contradição entre o caos de Brasília e o sinal de recuperação da economia divulgado ontem. De fato, o índice embute o embrião de uma nova postura: empresas e empreendedores cansaram de esperar por Brasília e passaram a apostar no Brasil de verdade. O Brasil que trabalha, que olha pra frente, que acredita no futuro.
Cabe ao governo federal e ao Congresso criar, através das reformas, as condições para que a economia cresça em um ambiente mais aberto, com regras claras e com menos interferência pública nas áreas em que ela, além de não ajudar, apenas atrapalha.
Para o Rio Grande do Sul, os primeiros sinais concretos de recuperação da economia – inflação controlada e queda dos juros – têm um significado ainda mais promissor. A maior safra de grãos da história injetou recursos e otimismo no Estado.
Bons desempenhos no campo, como já vinham indicando os números da Federação das Indústrias, impulsionam áreas nas quais a economia gaúcha tem tradição. É o que já vem ocorrendo tanto no setor de alimentos quanto no de máquinas e equipamentos, dentre outros.
Resta agora torcer para que esses primeiros sinais de reação se confirmem como tendência. Vai depender da capacidade do país de fazer o que ainda falta, particularmente no campo de reformas que garantam equilíbrio nas contas públicas e um cenário de estabilidade.