* Professora
Denúncia é a palavra mais ouvida nos últimos meses neste país e é quase parte da rotina diária ficar sabendo de mais escândalos na política brasileira. E pensar que algum tempo atrás acreditava-se em alguns deles...
Hoje, a classe política está totalmente desacreditada e não é culpa do povo, não. A corrupção, que provavelmente sempre existiu, tomou proporções inimagináveis e foi escancarada para o mundo todo ficar sabendo.
Vergonha! Indignação! Revolta! Esses são os sentimentos da moda para 200 milhões de pessoas, a maioria de trabalhadores que geram a renda deste país.
A "caca" está sendo jogada no ventilador e exala uma podridão que invade a vida de cada cidadão. Ninguém gosta de ser enganado, explorado, roubado... E o povo brasileiro foi. E como foi. Em nome de uma ganância desmedida por dinheiro e por poder, quem geralmente pagou a conta foi o outro lado.
Parece que agora basta. Que finalmente pagará quem deve de verdade. Ou não. Afinal, a tal "delação" premia corruptos. Alguns chamariam isso de "um mal necessário". Outros, mais pessimistas (ou realistas), dirão que os tais delatores poderão ser a semente que germinará, produzindo novas estratégias de autobenefício nos meios públicos. Pior. Equivocadamente, delatores podem ser vistos como heróis. Mas heróis não se aliam à escória, não precisam de acordos para dizer verdades, não esperam a forca para se "arrepender" dos maus passos.
Não cabe ao momento sentir contentamento pela queda desse ou daquele. Há, sim, que se sentir insegurança, pois o país foi colocado numa gangorra e está desequilibrado. Isso tanto econômica quanto política e moralmente. Um país sem rumo, desgovernado (no duplo sentido da palavra).
E salvá-lo não será tarefa fácil, muito menos rápida. Mais difícil ainda será encontrar candidatos a fazê-lo de forma íntegra e com caráter intacto, pois circula de boca em boca que por aqui ninguém nasce santo. Será?