Prefeitos das principais capitais brasileiras e de algumas das maiores cidades do país foram desafiados pelo site G1 a fazer um balanço dos primeiros 100 dias de governo. Prevaleceram depoimentos sobre a crise financeira das administrações e sobre a urgência de uma ação comum à maioria dos municípios: o ajuste das contas públicas.
Esta penúria generalizada, que atinge até mesmo cidades com grande potencial arrecadatório, mostra claramente os danos gerados por administrações irresponsáveis que se preocuparam apenas em empurrar os problemas para o futuro. O resultado é que as dívidas com fornecedores e servidores, além de obrigações com financiamentos passados, se acumularam de tal forma que se tornaram impagáveis. Gastos superiores à arrecadação, loteamento político das administrações, concessões generosas a algumas categorias de servidores e investimentos equivocados em obras dispendiosas fazem parte do conjunto de decisões que levaram os municípios ao caos financeiro em que se encontram.
Embora muitos prefeitos responsabilizem seus antecessores imediatos pela atual situação, a verdade é que os equívocos nunca corrigidos do pacto federativo e a própria crise econômica do país, que vem provocando sucessivas quedas nas arrecadações dos municípios, também estão entre as causas do colapso administrativo. Mas o principal fator é a má gestão, representada pelo loteamento político, pelo imediatismo e pela submissão dos administradores às corporações e aos interesses econômicos.
O balanço parcial dos municípios brasileiros mostra, acima de tudo, que a austeridade – incluindo atraso de salários, redução da máquina pública e contenção de gastos – tornou-se uma política obrigatória para os atuais prefeitos.