O Rio Grande do Sul passa por uma crise sem precedentes. As dificuldades para honrar os seus compromissos são imensas. Um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) coloca o Estado com o segundo maior passivo financeiro do país e um débito equivalente a 213% da sua receita.
O reflexo dessa situação é sentido no dia a dia através dos diversos problemas que afetam os gaúchos. O momento pelo qual passamos hoje é provocado e é também resultado de uma postura de desrespeito à coisa pública, que lamentavelmente nos acompanha por décadas. É necessário mudar de atitude, não somente do governo, mas da sociedade. Após uma profunda análise da situação, com embasamento técnico e responsabilidade, estamos trazendo a lume os problemas para serem enfrentados.
No âmbito das companhias de energia, a situação não é diferente. Temos a oportunidade de levar o debate em torno desse tema para toda a sociedade gaúcha de forma transparente. É preciso analisar a real condição das companhias energéticas do Estado, que possuem realidades específicas. Avaliar os custos operacionais, a rentabilidade, a capacidade de investimento, se são autossuficientes a longo prazo e se atendem plenamente ao interesse coletivo.
O debate que estamos tendo com a sociedade, através do parlamento, busca analisar se devemos repetir as soluções do passado, que por diversas vezes não surtiram o efeito esperado, e que agora se apresentam como pseudossolução. O atual estágio das companhias nos demonstram como foi esse processo.
Não resta dúvida de que o Estado necessita expandir a sua geração, transmissão e distribuição de energia. De que precisamos de mais suprimento de gás. E de que devemos explorar essa riqueza que está no nosso subsolo através do uso sustentável do carvão.
A discussão em torno dessas questões deve ser realizada com informações técnicas, embora a decisão seja política. A alienação e a abertura de capital, ou não, das companhias de energia vai gerar consequências, independentemente da opção escolhida. Um passo na direção errada agora pode custar caro para o futuro da sociedade.