Com o perdão dos veganos e outros que preferem não se alimentar de carne, opção que respeito, me parece que a carne faz parte de nossa cadeia alimentar natural.
Dito isso, não quero entrar na espinhosa questão se a ação desencadeada recentemente foi pirotécnica ou não. Bem ou mal, as consequências estão aí. Um tsunami histérico tomou conta dos mercados que, em pânico ou com malícia, renegam a carne brasileira.
Coisa para as autoridades meditarem para futuras ações. Às vezes o foguete estoura nos dedos.
Mas eu queria dizer que há 20 anos sou produtor rural, com ênfase na pecuária de corte. E posso assegurar , ao leitor jejuno nessa área, que é mau negócio desleixar a sanidade do gado. Burrice, pois a produtividade despenca. Assim, mesmo sendo um produtor modesto, tenho condições de afirmar que o gado brasileiro é de ótima qualidade.
Vamos , agora, para a tal " carne podre". Se aconteceu com esses grandes conglomerados que estão nas manchetes, lei neles.
Mas é importante ponderar que por esse Brasil a fora há milhares de abatedouros grandes, médios e pequenos contra os quais jamais se lançou nenhum agravo. Nossa carne é saborosa e ótima.
Penso que do limão temos que fazer uma limonada. O que não tem solução (reverter o dano midiático mundial causado), solucionado está. Com calma e jeito há que se tornar mais transparentes os procedimentos de fiscalização, com periódicas auditorias independentes. Além disso, apoiar os pequenos e médios abatedouros, facilitando seu acesso ao mercados, inclusive aos externos.
Cumpre ao governo do Rio Grande do Sul encetar uma vigorosa campanha publicitária, inclusive internacional, mostrando que aqui a realidade é bem diferente. Que se convidem os compradores estrangeiros a nos visitar e verem a excelência de nosso produto com seus próprios olhos e papilas.
E chega de brigas e jogos de empurra para lá e para cá.
Mãos à obra. Há males que vêm para bem. Uma coisa é certa: nosso produto é bom, é ótimo; nosso rebanho é são e de ótimo manejo e nutrição. Não fosse assim, a recuperação seria mais penosa ou impossível.