Porto Alegre, o Rio Grande do Sul e o Brasil devem ver com bons olhos o leilão para a concessão do Aeroporto Internacional Salgado Filho realizado quinta-feira. Hoje, nosso aeroporto tem sérias restrições que impedem uma maior competitividade do Estado em comparação a outros centros. Atualmente, temos um gasto extra de cerca de R$ 13,3 bilhões ao ano com logística por não termos um aeroporto plenamente adequado.
Com a administração do grupo alemão Fraport AG Frankfurt, que venceu após disputa em leilão com outros dois grandes grupos do setor, obras que há muito estão no papel poderão ser destravadas, postas em prática e, com isso, erguerem o Salgado Filho a um novo e melhor patamar de aeroporto.
Principal dessas intervenções, a ampliação da pista em 920 metros possibilitará que o Rio Grande do Sul entre na rota de aeronaves maiores, tanto de cargas como de passageiros. As escalas em São Paulo e no Rio poderão ser drasticamente reduzidas e, com isso, só ganhamos economicamente. E quando o setor produtivo passa a ter melhores condições de produção e escoamento, ganha toda a sociedade.
Felizmente, vivemos um momento em que falar de concessões não é mais um tabu. É necessário olharmos, sem ideologias fechadas, para cada caso, individualmente. A partir daí, analisar se o setor público tem capacidade de investir, ampliar, modernizar determinados espaços e/ou serviços. Se não tiver e na iniciativa privada houver essa possibilidade, cabe-nos apoiar pelo bem da sociedade. Não podemos mais perder tempo e ficarmos cada vez menos competitivos em relação a outros Estados.
As outras obras já anunciadas, e que deverão ser postas em prática pelo grupo vencedor do leilão no Salgado Filho, também serão de extrema importância. Comparado a outros aeroportos nacionais, temos um terminal de passageiros modesto.
Que os 25 anos em que teremos o Fraport AG Frankfurt como parceiro dos gaúchos sejam de reais investimentos, destravamento de obras e completa modernização do nosso aeroporto. Essa é uma grande sinalização na busca pela retomada dos investimentos em infraestrutura, que o Estado tanto carece.