Porto Alegre anda triste, suja, insegura. Em suas esquinas, outrora charmosas, agora vemos prédios pichados, pessoas depositadas nas calçadas e aquela sensação de temor sentida pelo andar apressado de sua gente. No centro, o que dizer desse amontoado de ambulantes vendendo tudo e de tudo?
Como porto-alegrense e apaixonado por essa cidade, esse cenário desanima. Como representante de um setor que, somente na capital gaúcha conta com 7.500 empresas e emprega 40 mil trabalhadores diretos, sinto ainda mais o descaso com o município. Como se não bastassem os enormes obstáculos que enfrentamos para empreender neste país, além de uma crise econômica que tem impactado nossos negócios de forma significativa, temos agora esses novos desafios de uma capital exposta.
No setor, vivemos ainda outro dilema. Porto Alegre é destino para turismo de negócios ou de lazer? A resposta a esse questionamento não é clara porque não há uma identidade turística definida para a capital gaúcha. Não há sequer uma política de desenvolvimento e investimento ao turismo. O centro de convenções, pelo qual batalhamos há anos, parece cada vez mais um sonho, assim como a lendária obra do Cais Mauá. Qual é a nossa marca?
Neste aniversário de 245 anos da nossa capital, convido a todos a fazer essa reflexão. Que Porto Alegre queremos para o futuro? Uma capital para o turismo de negócios? Ótimo. Ou queremos nos transformar em uma cidade que seja polo cultural. Por que não? O que nos impede?
Quem me conhece sabe que não sou uma pessoa de jogar a toalha e desanimar. Quero enxergar esse momento como um marco para que possamos sair fortalecidos, com todas essas oportunidades que temos. Dizem que são nas piores crises que nascem as grandes soluções. Está na hora de nos posicionarmos e investirmos energia para construir uma Porto Alegre mais acolhedora, mais desenvolvida economicamente e verdadeiramente alegre para todos. Somos parceiros e estamos dispostos. Nossa cidade merece brindar seu aniversário com dias melhores.