Os governos do PT nos deixaram com as contas públicas quebradas. Ao assumir, o presidente Michel Temer propôs a PEC do teto do gasto, que foi relatada por mim, e aprovada pelo Congresso em dezembro de 2016.
A ideia é simples. Qualquer cidadão que gasta mais do que ganha fica endividado, perde o crédito e só consegue novos empréstimos a juros mais altos. Com o governo não é diferente. Depois do limite dos gastos, a taxa de juros está caindo, a bolsa subindo, o dólar e a inflação caindo, e o investimento e o crescimento melhorando. Há sinais de que o desemprego começará a cair já neste primeiro trimestre de 2017.
Mas a batalha não está ganha, porque precisamos resolver a principal causa do aumento do gasto público, que é o desequilíbrio da Previdência Social. Daqui 10 anos, se nada for feito, a despesa da Previdência será mais de R$ 100 bilhões acima do que ela seria em caso de aprovarmos a reforma. Para que se tenha uma ideia de como esse valor é alto, todo o gasto em saúde no ano de 2016 somou R$ 98 bilhões. Por isso, se a reforma não for aprovada, para se manter o limite de gastos, vai ser preciso cortar na saúde, na educação, na segurança, no saneamento básico. Será que vale a pena fazer todos esses cortes, e continuar permitindo que as pessoas se aposentem aos 50 anos de idade? Manter aposentadorias especiais e de alto valor para servidores públicos e políticos?
Se a reforma não for aprovada e o governo for obrigado a abandonar o limite de gastos, os danos à economia serão grandes. Voltaremos ao quadro de recessão e inflação alta. Em 20 anos, os gastos com Previdência tomarão conta de quase todo o orçamento.
O povo gaúcho sabe melhor que ninguém o que acontece quando acaba o dinheiro no cofre do governo: salários e aposentadorias parcelados, cortes nos serviços públicos. É isso que está acontecendo com o Rio Grande do Sul. Foi isso que aconteceu com a Grécia, e é isso que vai acontecer com o Brasil, caso não se faça a reforma da previdência.