O país, e particularmente os usuários dos serviços de empresas aéreas, só tem a comemorar com o bem-sucedido leilão de aeroportos realizado ontem em São Paulo. Disputada e com ágio, a operação reafirma confiança no Brasil, apesar da crise, além de demonstrar que o impacto provocado pela Operação Lava-Jato não chegou a paralisar a economia. Agora, é importante ficar atento para que, nos prazos previstos e nas condições dos editais, os futuros concessionários promovam as melhorias aguardadas há tanto tempo. A expectativa é ainda maior nos aeroportos Salgado Filho, em Porto Alegre, e Hercílio Luz, em Florianópolis, por estarem com sua infraestrutura visivelmente defasada.
É promissor que os porta-vozes dos grupos vencedores, o alemão Fraport AG Frankfurt, no Rio Grande do Sul, e a suíça Zurich Airport AG, em Santa Catarina, tenham se comprometido logo com as mudanças esperadas. A ampliação da pista e a melhoria na estrutura de serviços em Porto Alegre, assim como as obras de expansão em Florianópolis, são providências emergenciais para que os Estados sulinos possam fazer sua economia crescer e incrementar o turismo.
Ainda que alguns meios lamentem o aspecto de os vencedores das licitações serem estrangeiros, o fato concreto é que quatro aeroportos do país ficarão sob a responsabilidade de grupos europeus com experiência de gestão nessa área. Os usuários têm agora o dever de cobrar que as melhorias saiam realmente do papel, com a colaboração do poder público naquilo que lhe compete. O país precisa fazer com que o interesse demonstrado por esses grupos contribua para garantir padrão internacional aos complexos aeroviários.