Há décadas, existe a consciência de que informações precisas são os fundamentos da publicidade eficiente, pois a falta de informações confiáveis sobre meios de comunicação e veículos é um grande obstáculo para que o anunciante utilize as mídias com eficiência.
Os investimentos em publicidade têm o potencial de estarem entre os mais produtivos que uma empresa pode fazer para ativar seus negócios e aumentar o patrimônio de suas marcas, mas não podem ser feitos sem que haja confiança nos números e perfil das audiências de cada veículo.
No Brasil, a TV utiliza os mais sofisticados e precisos métodos de metrificação e conhecimento de sua audiência, testados há décadas e constantemente atualizados.
No caso de jornais e revistas, o IVC é uma das organizações mais antigas do mercado, tem existência independente e o propósito de assegurar qual é correta circulação da mídia impressa.
O maior problema está na mais nova das mídias, o digital, que tem atraído grandes volumes de investimentos, principalmente nos países com os mercados publicitários maiores e mais sofisticados.
O mais irônico dessa situação é que o digital nasceu com a promessa de ser a mais precisa e mensurável de todas as mídias, há cerca de três décadas. De fato, existe um grande número de métricas da mídia digital, mas ainda faltam metodologias definidas em conjunto e aceitas pelas partes envolvidas e, principalmente, falta auditoria independente sobre os números e o perfil de audiência informados pelos players desse setor
Mais grave ainda é o fato de que os grandes líderes do digital, Google e Facebook, são os mais resistentes a discutir as metodologias empregadas e a aceitar auditoria externa, insistindo em manter suas "caixas-pretas", apesar de ondas sucessivas de desconfiança do mercado anunciante e de sinais de que há importantes falhas e elevado volume de fraudes.
No Brasil, o problema é o mesmo. Mas todo o mercado publicitário espera que essa situação se modifique, começando pela atitude e as práticas de seus maiores players.