Bernard-Henry Lévy afirma ser o populismo a "enfermidade senil das democracias".
São seus teoremas:
1) o povo sabe o que quer; e
2) o povo quando quer algo sempre tem razão.
Há o postulado de que seja o povo aquele que quer e nada obstaculize essa legítima pretensão.
Ou seja, o populismo diz:
1) confiança total nos recursos e na capacidade do povo; e
2) desconfiança contra tudo que possa interpretar e desvirtuar a expressão do povo.
Contra os intelectuais, porque interpretam.
Contra a política e a razão, porque desvirtuam a vontade e a expressão do povo.
O populista tem contato direto com o "povo" através das sondagens de opinião, do Twitter, Facebook etc.
Tudo passa a ser um concurso televisivo.
Mas, para o populista, quem é o "povo"?
Antes da urbanização, o "povo" era a população rural?
E com a urbanização?
Os "descamisados", o peão de fábrica, o jornaleiro, o estudante, o aposentado, o trabalhador rural...?
Parece que o populista só chega ao "povo", após identificar o "não-povo".
É toda a elite, o establishment.
O populista divide a sociedade entre os puros e as elites corruptas.
O populismo de direita europeu tem viés étnico.
É contra imigração e tem pouco de livre mercado.
É protecionista.
O de esquerda usa o genérico "nós e eles".
Também é protecionista.
É o maniqueísmo, com forte narcisismo.
Veja-se Hitler, Mussolini, Perón, Fidel, Chávez, Trump, Berlusconi, Le Penn (pai e filha).