Prefeitos que enfrentaram ontem o primeiro dia de trabalho efetivo no cargo precisarão contar com a maturidade dos vereadores recém empossados para tornar realidade um discurso majoritariamente baseado na austeridade. De maneira geral, as primeiras manifestações de legisladores municipais indicam que não haverá facilidades quando estiverem sendo votadas ações menos previsíveis para o enfrentamento da crise. As dificuldades se manifestam mesmo quando o prefeito recém empossado tem maioria partidária assegurada na Câmara de Vereadores.
Não tem a ver só com os porto-alegrenses, portanto, o alerta do prefeito da Capital, Nelson Marchezan, de que é preciso priorizar sempre o interesse público. E esse nem sempre coincide com o dos políticos ou de outros segmentos influentes da opinião pública. Mais do que nunca, os municípios vêm sendo pressionados a rever seus padrões de gestão para enfrentar a crise que bateu às suas portas. É importante que também os legisladores possam revisar sua forma de agir diante dessas situações.
Obviamente, políticos de diferentes agremiações têm visões específicas sobre o que consideram mais adequado para os munícipes, assim como o direito de se posicionar como situação ou oposição. Momentos de crise, porém, impõem a necessidade de mudanças, que precisam ser encaradas acima dessas diferenças, sob o ponto de vista coletivo.