A vitória de Donald Trump merece uma profunda reflexão. Se por um lado é vista com preocupação, não dá para afirmar que a eleição do republicano seja uma surpresa, pois a sua adversária, Hillary Clinton, está longe de ser uma unanimidade entre os norte-americanos. É acusada de uma série de irregularidades, entre elas, de corrupção. A grande surpresa ficou por conta dos institutos de pesquisa, que apontavam a vitória de Hillary, apoiada por algumas celebridades do mundo artístico.
Na verdade, o mundo vive um período de muito medo, principalmente em relação ao terrorismo internacional e os americanos convivem com o pesadelo dos atentados de 11 de setembro de 2001. Os discursos de Trump contra os terroristas mexeram forte na intimidade dos eleitores. Além disso, mesmo sendo um país rico, os Estados Unidos têm uma parte de sua população empobrecida em razão da falta de empregos. Mais do que isto, em nível global, as esquerdas parecem ter esgotado os seus discursos. Aqui na América do Sul, não é difícil apontar países governados por partidos de esquerda, que estão envolvidos em escândalos, penalizando os seus povos.
No Brasil, temos um exemplo recente de desvios e corrupção, onde o discurso e a prática ficaram muito distantes. Há uma série de países em que a democracia tem sido usada, apenas, como um pano de fundo, pois esta só existe para os que comungam das mesmas ideias e mesmas práticas, calando o contraditório, numa atitude ditatorial. O mundo, através dos Estados Unidos, está demonstrando inconformismo, mas isto, silenciosamente, vem ganhando corpo no planeta. Se há um desencanto em relação às esquerdas, também existe um temor de que o extremismo conservador possa trazer consequências graves para o futuro das nações. Não acredito que Trump fará muitas das coisas ditas em seus discursos, tais como erguer um muro separando os Estados Unidos do México. Melhor do que ninguém, esse empresário bilionário sabe que não seria "um bom negócio". Mas o alerta está ligado. O mundo precisa ouvir o recado transmitido em alto e bom som pelos Estados Unidos. Precisamos de uma balança equilibrada. Radicalismo, seja de um lado ou de outro, nunca é bom. Precisamos de mais paz, amor, tolerância e equilíbrio. Tomara que Trump nos surpreenda positivamente, e que seus discursos não passem de retórica eleitoral.