Outubro já tem sua cor. O rosa tem ocupado espaços e lembrado sobre a importância do câncer de mama. As estatísticas crescentes corroboram a nítida percepção de que quase todos nós somos tocados pelo câncer, em familiares, amigos ou consigo mesmo. E estimativa é que, este ano, quase 60 mil mulheres receberão a notícia de que estão com câncer.
Possivelmente farão cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia ou alguma combinação de tratamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a incidência pode reduzir em 30% evitando fatores de risco como obesidade, excesso de uso de álcool e tabagismo.
O engajamento em campanhas de conscientização tem crescido, mas ainda é muito mais rico em redes sociais e outras mídias do que em medidas práticas. Muitas mulheres com mais de 40 anos ainda não fizeram sua mamografia, porque cometem o erro de achar que não ter sintomas ou história familiar dá proteção suficiente.
O acesso a tratamentos no sistema público é demorado e incompleto. Os preços de novas drogas são quase inviáveis para o orçamento disponível. A realidade pode não ser tão rosa, portanto. Mas estamos avançando. Tratamentos tóxicos estão sendo muito mais bem tolerados e doenças até recentemente incuráveis estão sendo curadas. As pesquisas científicas estão mais próximas de todos e falar sobre a doença já não é tão assustador, mas precisamos de medidas práticas. Iniciativas de arrecadar recursos para pesquisa como o Projeto Cura (www.projetocura.org), que permite doações dedutíveis de imposto de renda, oferecem esperança de ver um futuro menos devastador. Pessoas estão sobrevivendo e lutando para que os próximos também tenham acesso a esses avanços, em uma corrente que mostra que o ser humano é muito melhor do que muitas vezes pensamos.