Em todo pleito, há vencedores e vencidos. A vontade do eleitor é soberana – e a ela devemos nos curvar. Aos eleitos, sua missão é cumprir o prometido durante a campanha. Aos derrotados, cabe avaliar seus erros e fazer uma autocrítica sincera para seguir em frente.
Uma breve análise dos resultados mostra que a maior derrota foi a da esquerda, em especial do Partido dos Trabalhadores. Depois do mensalão, do petrolão e do impeachment de Dilma Rousseff, o PT sofreu a mais dura queda de sua história. Uma verdadeira "lambada", como definiu o ex-governador Olívio Dutra.
De partido mais votado no país em 2012, com mais de 17 milhões de votos para prefeito, o PT fez este ano pouco mais de 6 milhões de votos. As 644 prefeituras do pleito anterior viraram 256. Situação que não melhorará no segundo turno, já que a sigla tem reduzidas chances nas sete cidades em que voltará às urnas. Rio Branco foi a única capital conquistada. Em São Paulo e Porto Alegre, o fracasso já se deu no primeiro turno.
A esquerda foi a maior derrotada. As promessas de moralização da política afundaram no mar de lama dos escândalos do governo petista. Nenhum dirigente envolvido nos atos de corrupção foi punido pelo PT. Nenhum crime foi reconhecido pelo comando da sigla. Culpas foram terceirizadas à crise mundial, aos opositores, à mídia e às elites. E agora, ante o resultado das eleições, a responsabilidade é atribuída ao "povo que não sabe votar". Zero autocrítica.
A derrocada da esquerda, no entanto, abre caminho para uma nova era no Brasil. Um tempo de ideias mais arejadas e democráticas. Que dialoguem com todos e não sejam sectárias. O livre mercado pode deixar de ser palavrão. Empreendedores devem voltar a ser respeitados. E o Estado poderá livrar-se de ser um cabide de empregos dos "amigos do rei", para cumprir seu papel: garantir saúde, educação e segurança para todos. Que os ventos trazidos pelas urnas tragam prosperidade e bem-estar ao país.