Um novo indicador, recém divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chama a atenção para um aspecto ainda mais preocupante do mercado de trabalho no país. O levantamento demonstra que falta trabalho para nada menos do que 22,7 milhões de brasileiros – cerca de duas vezes a população do Rio Grande do Sul. Quando são levados em conta os que trabalham menos do que gostariam e pessoas sem condições de assumir uma vaga no mercado formal, o resultado equivale ao dobro do contingente oficial de desempregados, de 11,6 milhões no segundo trimestre.
Essa precariedade no emprego, agravada pela recessão, revela uma situação ainda mais preocupante do mercado de trabalho. A deterioração não ocorre mais apenas pelo aumento do número de pessoas sem emprego, mas também por tendências crescentes como a subocupação. Isso significa que, quanto mais a economia demorar para retomar o crescimento, mais a situação do mercado de trabalho deve se agravar.
A tendência reforça a urgência de medidas que possam recolocar a economia numa trajetória de crescimento, a começar pela definição de um teto dos gastos, em exame pela Câmara. Medidas desse tipo são uma precondição para tornar realidade a tão esperada queda na taxa de inflação e de juros, que é essencial para o crescimento econômico e, em consequência, do nível de emprego.