As notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgadas na quinta-feira, 8, pelo Ministério da Educação, não foram uma surpresa para ninguém e mostraram que, se estivéssemos num campeonato, só nos caberia, ainda, a série C. Se estamos razoavelmente bem nas notas de alguns períodos avaliados, estamos bem na série C. Ainda falta muito para chegarmos na B e, depois, na A, onde estão os países desenvolvidos.
A estagnação do Brasil quando o assunto é qualidade na educação é uma realidade. Pior do que isso é não notarmos ações eficazes que possam fazer com que, por exemplo, o Ensino Médio não seja um período de três anos vazio em termos de conhecimento e sem aplicabilidade com o mercado de trabalho e a vida real, como se vê hoje na imensa maioria das escolas.
Nas escolas públicas estaduais do Rio Grande do Sul, as séries iniciais do Ensino Fundamental (até o 5º ano) permaneceram com os 5,5 do Ideb de 2013. As séries finais (até o 9º ano) subiram de 3,9 para 4,0. E o Ensino Médio caiu de 3,7 para 3,3. Os fatores são naturalmente conhecidos. Temos, hoje, alunos hiperconectados com as tendências de tecnologia, professores que nem sempre acompanham essas evoluções e ainda se detêm a conteúdos do século 20, e a estrutura da maioria das escolas e os métodos de ensino que remetem ao século 19.
Educação é o grande desafio do nosso país, sem dúvida alguma. Se hoje temos níveis estrondosos de criminalidade, foi pela imperícia de governos passados que não trataram a educação como ela deveria e a sociedade merecia. Hoje, a segurança é a prioridade dos gaúchos. As ações precisam nos dar respostas num curto prazo. Mas, a se pensar em 20 ou 30 anos, não conseguimos vislumbrar outra prioridade de ações governamentais e da sociedade civil que não foquem na educação.
Valorizar os professores é importante. No caso do RS, pagar o piso é extremamente necessário. Mas a qualidade na educação não passa só por isso. Precisamos ir além, como discutir uma atualização do plano de carreira, entre outras ações. E, neste ponto, ainda carecemos de governos que priorizem a educação de fato e a vejam como grande propulsora do nosso desenvolvimento.