São alarmantes as estatísticas da Secretaria da Segurança Pública do Estado, que apontam aumento de latrocínio e roubos de carros neste ano. O mais assustador é que um crime está relacionado ao outro: quase metade dos latrocínios do primeiro semestre tem relação com roubo de veículos. E também soa desolador quando autoridades policiais fazem questão de dizer que, em sua maioria, os casos fatais foram motivados por algum tipo de reação das vítimas. Ora, precisamos de proteção e não de reprimendas.
O elevado número de vítimas nas mãos de ladrões de veículos, que tende a se mostrar recorde neste ano, e a constatação de que os assaltantes estão mais armados e mais violentos, são razões consistentes para uma reação capaz de reverter essa tendência. Criminosos estão pouco preocupados se o Estado conta hoje uma lei mais eficaz contra desmanches. O que teria realmente potencial para intimidá-los é o rigor extremado na aplicação da lei, de forma permanente – e isso está longe de corresponder à realidade.
Não bastam leis rigorosas se faltam condições materiais e servidores em número suficiente para reduzir o número de mortes por motivos fúteis. Independentemente das carências, o poder público precisa agir, e logo, para deixar claro que a vida dos cidadãos constitui prioridade efetiva. Só haverá certeza disso quando houver mais policiais e iluminação nas ruas e quando não fizer mais sentido tomar um carro à força para revender suas peças, pois não haverá como vendê-las.
Priorizar o combate ao roubo de carros é condição inadiável para garantir a segurança e a vida dos gaúchos.