Dilma Rousseff tomou posse no governo em 2011, herdando uma taxa de 7,5% de crescimento, e acabou seu primeiro mandato em 2014 com 0,1%, sendo o pior resultado desde Collor. Segundo ela, o fracasso econômico de seu governo foi devido à crise internacional, e não à ausência de valores éticos e morais na política brasileira.
De fato, existiram nos últimos anos fatores que apontaram um esgotamento na economia mundial, atingindo vários países. Mas tal desaceleração já era prevista muito antes, com o anúncio do estouro da bolha cambial que afetou mais de 200 empresas brasileiras, e nada foi feito para amortizar tal impacto.
A história econômica do Brasil mostrou que as taxas de investimentos em relação ao PIB sempre foram baixas em comparação aos países desenvolvidos. Segundo o IBGE, o país cresceu em 2014 apenas 0,1%, tendo o pior crescimento econômico do G20. Em 2015, o percentual de crescimento foi de -1,4% e, em 2016, está em -3,5%, contrariando todas as expectativas e revelando uma economia estagnada.
Na verdade, esperava-se mais de Dilma, que, na qualidade de economista e com a bagagem que acumulou ao longo de suas passagens nas áreas da Fazenda e de Minas e Energia, deixou a desejar, demonstrando que sua aparência de séria, autoritária e austera não foi condizente com suas práticas, as quais se tornaram obsoletas, diante da necessidade de uma postura eficaz e determinada.
Dilma concluiu seu desastroso e medíocre mandato com taxas de juros mais altas do que recebeu. Isso era sintomático e tudo indicava que as aparências realmente enganam, quando vendeu a imagem de que a economia e o mercado estavam sob controle, não havendo dívidas ou rombos nas estatais brasileiras.
Os abusos nas mordomias de que sua família usufrui, como oito veículos blindados e 16 pessoas entre seguranças e motoristas para sua filha, seu genro e dois netos, ficam longe de serem graves em relação ao petrolão, pedaladas fiscais, Pasadena, doações ilegais para a campanha eleitoral através do caixa 2 e decretos para liberar dinheiro público sem autorização do Congresso.
Um perfil arrogante e presunçoso foi notado por todos que conviveram com ela. Uma personalidade que não conseguiu seguir um padrão de coerência, repleta de contradições e abusos de autoridade no exercício de suas funções, e que agora terá que explicar ao Senado pelos crimes de responsabilidade de que é acusada.