Um exemplo típico dos danos que a partidarização do setor público pode provocar no cotidiano dos consumidores é a recente descoberta de que água mineral fraudada estava sendo vendida livremente no Estado. O Ministério Público Estadual chegou à conclusão de que o episódio – similar ao já registrado também com a venda de leite e de queijo – foi facilitado por pressões políticas.
No caso específico, o responsável pela Coordenadoria Regional de Saúde foi indicado ao cargo pelo PMDB, mesmo partido político dos sócios da empresa acusada pela fraude, com sede em Progresso, no Vale do Taquari. No entendimento do MP, os responsáveis teriam se valido do fato de serem filiados à legenda para contornar o risco de autuações e até de interdição da indústria.
Quem arcou com o ônus dessa partidarização numa questão que deveria ser pautada por critérios técnicos foram os consumidores. Por isso, é importante que se mantenham atentos aos riscos dessas deformações do setor público presentes também em outras áreas de atividade.