Um terço dos prefeitos com direito à reeleição admitiu à Confederação Nacional dos Municípios (CNM) que não pretendem concorrer por impossibilidade absoluta de continuarem gerindo seus municípios sem recursos para o atendimento dos percentuais orçamentários destinados a áreas sociais e ao pagamento de fornecedores. Ou seja: as prefeituras estão quebradas. Por isso, mesmo gestores competentes estão abandonando o barco, temendo a responsabilização legal e política. A saída para esse impasse é a aprovação de uma reforma tributária.
A combinação de exigências legais de maior responsabilidade fiscal com as consequências da crise financeira em todas as instâncias da federação é uma razão consistente para os temores predominantes entre uma parcela considerável de administradores municipais. Gestores sem condições de manter as contas públicas em dia e de atender a demandas essenciais das comunidades frustram os eleitores e tendem cada vez mais a enfrentar punições judiciais.
Diante das dificuldades, comuns a municípios em todo o país, o risco é de que bons gestores acabem desistindo da reeleição em consequência de situações muitas vezes legadas por administrações anteriores. Por isso, é preciso que homens públicos realmente preocupados com o país busquem alternativas para o impasse. Um primeiro passo é rever o pacto federativo, buscando formas de aprovar uma reforma tributária que redistribua as receitas dos impostos de forma mais equânime entre os entes federados.