À medida que aumenta o conhecimento da sociedade sobre o consumo de substâncias psicoativas, cresce também sua sensibilização para as causas e consequências, assim como para os aspectos de prevenção a esse uso. Embora não o suficiente, discute-se sobre drogas em casa, nas escolas, nas igrejas, na mídia. O trânsito nos defronta diariamente com a violência e a destruição pelo abuso do álcool. Há muito, o alcoolismo é um problema de saúde pública em todo o mundo e, atualmente, o Brasil, com suas cracolândias, transformou-se no maior consumidor mundial de crack. A maconha, aqui como em outros países, é a droga ilícita mais utilizada.
E a adolescência é um período da vida de alta vulnerabilidade não só pelas transformações psicossociais a que todos estão expostos, mas porque o cérebro encontra-se ainda em maturação. O uso de drogas, então, pode ser devastador, comprometendo toda a vida futura dos meninos e meninas adolescentes.
Historicamente os homens tiveram um consumo de álcool superior ao das mulheres, mas nas últimas décadas os estudos têm mostrado uma crescente posição igualitária. O consumo de álcool por meninas adolescentes tem sido uma preocupação atual. Ao risco do conhecido comportamento sexual desinibitório e sem proteção após ingestão alcoólica, acrescenta-se o risco de uma gravidez indesejada e a síndrome alcoólica fetal. Na verdade, a pergunta que se impõe é qual a necessidade de meninas e meninos beberem tanto.
Em acordo com o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (2012), as mulheres tiveram um aumento significativo no consumo de álcool, no beber com frequência, passando de 27% em 2006, para 38% em 2012. A experimentação de bebidas alcoólicas antes dos 15 anos teve um salto de 8% em 2006, para 17% em 2012.
E mais, muito preocupante e de consequências imprevisíveis é o chamado beber em "binge", ou seja, beber cinco doses (uma dose = uma lata de cerveja) ou mais para os homens e quatro doses para as mulheres, em um intervalo de duas horas. Entre as mulheres, esse beber cresceu de 34% em 2006, para 48% em 2012.
Por isso, é de fundamental importância o comprometimento dos pais nos cuidados de seus filhos. Devem estar sempre atentos, acompanhar, fiscalizar, conhecer seus amigos, e dizer não, não podes beber! Até porque existe uma lei que criminaliza o beber adolescente. O ideal é que menina ou menino não consumam qualquer droga durante a adolescência. Estão muito vulneráveis e imaturos. Com o cérebro em formação. Expõem-se publicamente. E milhares irão carregar as consequências desastrosas de um momento inconsequente, para o resto de suas vidas.