Porque sala de aula, essa jaula vai virar
Dani Black poetou e vários cantores, entre eles Chico Buarque, cantaram para os corajosos estudantes que ocupam escolas ou delas são retirados à força...
Eles dizem que estão começando a lutar por causa da falta de merenda para o organismo. Mas sabem que o que falta e é muito mais grave é o alimento para a inteligência.
Em O Trono do Estudar, Dani Black faz essa demanda pungente pelo conhecimento, de modo muito poético, portanto, muito profundo e muito eloquente.
"Ninguém tira o trono de estudar."
"Neste trono todo ser humano é rei."
"Me negar conhecimento é me negar o que é meu."
O humano que nós construímos – história, ciência, arquitetura, arte, cura e cultura – é herança a que todos têm direito.
"Me negar conhecimento é me negar o que é meu."
Mas nosso poeta acrescenta. Esse patrimônio só é essencial "pra quem leu". Quer dizer, é preciso um instrumento para poder curtir todas essas riquezas – o domínio da escrita.
Se esse domínio da escrita, até hoje, foi concretamente negado às classes populares (temos 50 milhões de adultos analfabetos e a cada ano essa multidão se realimenta com os alunos de escolas públicas que não se alfabetizam aos seis anos), agora mais ainda, essa ventura deve se tornar uma quimera.
A instrução dos pobres não faz falta para que os ricos se tornem mais ricos.
O discurso hipócrita de que a educação é condição para crescimento econômico é falso. A educação é indispensável, sim, porque ela é direito de todos, porque ela pode fazer as pessoas mais felizes. Ora, tal discurso não passa nem perto dos que estão invadindo o governo brasileiro hoje, visto que mostram sua cara quando reestruturam os ministérios mostrando suas prioridades.
Eta governo triste para os direitos de todos, particularmente para que todos aprendam!