Eu vou pouco a shopping center e nunca entro nas boutiques. Os preços das vitrines me repelem. Olho para dentro das lojas e, quase sempre, estão vazias, só com os vendedores. Caminho mais um pouco, volto a bisbilhotar e nada. Nenhum cliente. Sou azarado mesmo, porque elas devem vender, apesar dos preços absurdos.
Fico pensando quem paga R$ 309 por uma camiseta branca. Ela estava lá, bonita, vestindo o manequim na vitrine. O boneco usava ainda um jeans e um casaco da marca. Num primeiro momento, até imaginei ter embaralhado a visão. Mas a etiqueta marcava mesmo esse preço. Fiquei com vontade de entrar e perguntar ao vendedor o que tem de especial naquela roupa. A vontade passou rápido, prefiro imaginar.
A camiseta era branca, sem estampa, simples. Nada de diferente. Nas grandes lojas de departamentos, não custaria mais de R$ 30. Como a lei do mercado é da oferta e da demanda, imagino que só colocam o preço tão alto porque alguém paga. E não aceita gastar muito só na camiseta. Precisa ter dinheiro. Inclusive para pagar os R$ 309 da t-shirt.
Sei que o barato e o caro são subjetivos, dependem da renda e dos padrões de consumo de cada um. Mesmo assim, nem se ganhar na Mega-Sena, pagarei tanto por uma simples camiseta. Será que sou tão pão-duro? Como as lojas sempre estão vazias quando passo em frente, sigo procurando quem aceita pagar R$ 309 por aquela camiseta.