Inconformados com a deplorável situação das rodovias estaduais e federais, os gaúchos têm ainda mais razões para se preocupar diante da falta de perspectivas imediatas de resolução dos problemas. Enquanto o número de carros aumentou consideravelmente, os investimentos em estradas caíram quase pela metade de 2011 até o ano passado, em âmbito federal e estadual. E não há grandes chances de a situação se resolver a curto prazo pelos caminhos convencionais. Por isso, é importante que os usuários de rodovias se mantenham atentos. A pressão por soluções imediatas é a forma de evitar custos maiores mais à frente.
Um aspecto preocupante é que nem a União, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), nem o Estado, por meio do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), dispõem de dinheiro em caixa para ao menos sustar o processo de degradação nas rodovias. O poder público gaúcho também não tem como garantir as contrapartidas no caso das parcerias público privadas (PPPs). As expectativas, então, se voltam para as concessões, que dependem do aval da Assembleia para se tornarem mais ágeis.
São compreensíveis as restrições dos gaúchos a alternativas como a dos pedágios. Em muitos casos, os usuários vinham pagando taxas elevadas sem contar com a necessária qualidade como retorno. Outros Estados, porém, já demonstraram que a alternativa é apostar em mecanismos eficientes de controle e regulação para assegurar bons resultados.
Independentemente da modalidade escolhida, o que importa é garantir aos usuários rodovias mais seguras e menos onerosas. Quando isso não ocorre, o ônus se torna imensurável, como se constata com o caos nas rodovias registrado hoje.