O Brasil atingiu ontem o momento mais agudo da atual crise política, com o acolhimento de um dos 34 pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que agora será examinado por uma comissão especial formada por lideranças de todos os partidos e posteriormente pelo plenário da Câmara dos Deputados. Se dois terços dos parlamentares aceitarem a abertura do processo, ele será enviado ao Senado e, só então, depois da chancela da Câmara Alta, a presidente teria que se afastar do cargo. Dilma é acusada de ter cometido crime de responsabilidade ao incidir na prática das chamadas pedaladas fiscais, que são o uso de artifícios contábeis para maquiar os resultados das contas públicas. Outros governantes utilizaram o mesmo procedimento, mas a atual oposição, proponente do pedido de afastamento, reuniu argumentos jurídicos consistentes.
Editorial