Em pleno século 21, ainda faz sentido pautar o assunto feminismo? Destacadas atrizes fazem questão de demonstrar que raciocinam sobre isso e que a luta em prol da igualdade de direitos continua. Muito além do tapete vermelho da cerimônia de entrega do Oscar sobre o qual desfilam impecáveis corpos e vestidos das melhores grifes, elas enfatizam que o tema não é velho. Há quem ridicularize o engajamento de mulheres bem sucedidas (ainda bonitas e elegantes) em causas que, em tese, não lhe dizem respeito.
Ocorre que o grau de igualdade de direitos, como o de mesmo salário para idênticas funções desempenhada pelos homens, que mulheres de todo o mundo merecem (independentemente de grau de instrução, credo ou cor), ainda não foi atingido. Quem tem voz, que faça coro às menos favorecidas. Por que não? Ser homem e apoiar movimento por esse tipo de igualdade não é de hoje. Se no final do século 18 Robespierre proibiu que as mulheres se associassem a clubes de ativistas femininas, grandes nomes masculinos da vida cultural francesa, como Victor Hugo e Alexandre Dumas Filho, escritor e jornalista criador do termo feminismo, apoiaram as mulheres francesas na conquista do direito de voto - finalmente obtido em 1949.
Incontáveis os obstáculos, de toda ordem, para que alcancemos a igualdade plena de direitos. Entraves de índole cultural são de grande relevância. Por que não podemos dizer o que realmente pensamos, escolher o que vestir e sermos respeitadas por isso? Recentemente, presenciamos movimento que surgiu a partir de protesto ocorrido no dia 3 de abril de 2011 em Toronto, no Canadá, e desde então se internacionalizou. A Marcha das Vadias teve início com o protesto contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro teriam provocado a violência por seu comportamento. Ativistas, durante a marcha, usam não só roupas cotidianas, mas também as consideradas provocantes, como blusinhas transparentes, lingerie, saias, salto alto ou apenas sutiã - ou se despem dessa peça icônica.
Ser a favor ou contra o feminismo - independentemente de gênero, classe social, profissão -, eis a questão! Penso que ainda faz sentido concitar a humanidade a levantar a justa bandeira da igualdade de direitos. Ajudem-nos a achar a resposta à pergunta que não quer calar: Marcha das Vadias, até quando?