Na origem, a palavra "medo" vem do latim "metus", que tem a ver com "meticuloso". Este tem medo de errar. E, atualmente, diante das restrições impostas pela estagnação econômica, percebemos que a sociedade brasileira está ficando tomada pelo medo!
Está no ar um sentimento de insegurança exacerbado, e percebemos que especialmente os gaúchos começam a ficar com receio até de sair de casa. Não é só medo de errar! É medo de ir ao cinema, ao shopping, de consumir, de jantar fora. Parece que todos estão com medo de todos. E de tudo também.
Por sua vez, os noticiários também não favorecem a situação. Diariamente, consumimos dezenas de matérias um tanto quanto pesadas. São "hard news" privilegiando notícias em tempo real também via redes sociais, mas, geralmente, com um tom mais agudo e desesperado. Sabemos da importância dessas divulgações. Entretanto, percebemos a necessidade de termos um respiro, uma luz no final do túnel. Precisamos dar uma repaginada neste cenário. Fazer uma oxigenação mental.
Afinal, sabemos da gravidade do momento atual, mas também temos consciência de que, deixando de sair e vivendo com medo, angustiados, tudo ficará estático. Não sairemos nunca mais desta situação, sem esperança ou perspectiva. Mas precisamos reverter. E isso depende de cada um de nós, de nossas atitudes. Independentemente dos governos, precisamos encontrar as nossas próprias soluções, recalcular os custos, adaptar o orçamento com sabedoria, mas fazer a máquina girar. Acreditando que esta fase ruim irá passar. Assim, nenhum aumento de imposto, pacote econômico ou medida provisória irá nos tirar do prumo.
Portanto, resgatando novamente o significado da palavra medo, devemos levar em conta que a expressão também pode ser utilizada não para designar covardia ou apreensão, mas para revelar um sentimento de inquietação e de expectativa perante algo grandioso, sobre o qual não se tem controle. Portanto, repito, devemos retomar as rédeas da situação, com aquela postura que nos faz agir e não a que congela.