A extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato no processo do mensalão, era uma questão de honra para a Justiça brasileira. Pizzolato foi, por algum momento, o único réu foragido do esquema montado pelo PT para comprar apoio no Congresso. Sua localização na Itália e, a partir daí, as iniciativas para que fosse extraditado são exemplos da capacidade de mobilização da polícia, do Ministério Público e da Justiça.
Todas as instituições contribuíram para o êxito da empreitada, que permite, finalmente, o retorno de Pizzolato, para que preste contas dos seus atos onde os cometeu. Já não cabe mais debater os argumentos do ex-dirigente do BB sobre a sua condenação e a decisão das autoridades de vê-lo cumprindo a pena em uma cadeia brasileira. Essas são questões superadas. O réu que burlou controles e afrontou a Justiça, ao tentar ficar impune na Europa, utilizando inclusive documentos de um irmão morto, finalmente foi encaminhado para onde deveria estar desde sua condenação.
O episódio Pizzolato é mais um caso exemplar de como o Brasil vem se livrando da impunidade de servidores e dos que contribuíram, como corruptores, para que os desmandos se propagassem nas últimas décadas. Hoje, estão na cadeia políticos, empresários, servidores de alta patente e vários criminosos do colarinho branco que foram investigados, julgados e punidos. Pizzolato era um símbolo da falsa esperteza. O Brasil moderno não pode mais tolerar esse tipo de conduta, e sua extradição deve servir de exemplo para outros espertalhões.