A busca pelo desenvolvimento sustentável está na agenda global desde 1972. Ano em que realizou-se, em Estocolmo, a primeira conferência da ONU sobre o meio ambiente e o desenvolvimento. Naquele ano, a população mundial era de 3,8 bilhões de pessoas e a concentração de gás carbônico na atmosfera era de 350 ppm (partes por milhão). Passados 40 anos, a população mundial é de 7,2 bilhões de habitantes e as emissões de gás carbônico atingem 400 ppm por ano, com um aumento anual de 2 ppm em plena Era de Mudanças Climáticas.
Importante referir que 75 milhões de pessoas nascem anualmente, em um cenário de aumento da expectativa de vida. Até 2040, seremos 9 bilhões de seres humanos compartilhando, também com os seres não humanos, recursos naturais escassos e não renováveis. Em 2100, seremos 11 bilhões. O nosso produto mundial bruto anual é de US$ 90 trilhões, 200 vezes maior do que no início da Revolução Industrial, em 1750, o que acelera a espiral do crescimento populacional e do consumo desenfreado de um modo que nem Malthus, quando escreveu Principle of Population (1826), nem Hardin, quando escreveu The Tragedy of Commons (1968), poderiam prever.
Sentimos em nível local os notáveis efeitos das mudanças climáticas como apenas uma das facetas da insustentabilidade. Porto Alegre vem batendo recordes de aumento de temperatura e o Guaíba atingiu pela primeira vez, nos últimos 74 anos, a marca de 2m93cm acima do leito, ameaçando invadir a cidade, que vai precisar modernizar a sua infraestrutura no caminho da resiliência. Não há outra saída, as chuvas vão aumentar entre 5% e 10% nos próximos anos no Estado, segundo estudo da Fepam e do governo francês.
Neste cenário, é que foram aprovados pela Assembleia Geral da ONU no mês passado, em Nova York, os 17 objetivos e as 169 metas do desenvolvimento sustentável focados nos cinco Ps: pessoas, prosperidade, paz, parcerias e planeta. Quanto ao último, está evidenciada a necessidade de proteção dos recursos naturais e do clima do planeta para as presentes e futuras gerações.
O atual quadrante histórico impõe às nações a adoção de práticas, decisões e a elaboração de diplomas legais e regulatórios compatíveis com a Agenda Pós-2015 para a promoção do desenvolvimento sustentável.