A desvantagem do Rio Grande do Sul em relação aos demais Estados da Região Sul no que se refere à alfabetização é um detalhe irrelevante. O que realmente importa e deve servir de alerta para as autoridades é que um percentual elevado de alunos da rede pública não está atingindo os níveis exigidos ao final do 3º ano do Ensino Fundamental - período em que se encerra o ciclo de alfabetização nas escolas. O aspecto preocupante é que, sem conseguir ler, escrever e dominar noções básicas de matemática como seria esperado, essas crianças enfrentarão sérias dificuldades de avançar nos estudos, comprometendo seu futuro.
Os resultados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), divulgados agora, servem de alerta para a urgência na correção de rumos no ciclo de alfabetização. No Rio Grande do Sul, que figura em oitavo lugar no país, chama a atenção o fato de mais da metade dos estudantes nessa faixa enfrentar problemas com a matemática, a ponto de não conseguir resolver questões de multiplicação. Um percentual significativo não consegue redigir textos legíveis, nem ler corretamente.
Em momentos de dificuldades financeiras como o atual, a precariedade no aprendizado revelada pelo estudo precisa motivar providências ainda mais imediatas do poder público. Má formação na base é uma das razões para as dificuldades de aprendizado mais adiante e, também, de evasão da escola. É justamente em períodos de crise que o país precisa apostar mais na educação de qualidade como ferramenta para o desenvolvimento.
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