Por Marta Gleich, diretora-executiva de Jornalismo e Esporte e secretária do Conselho Editorial da RBS
Para um jornalista recém-saído da faculdade, ser um correspondente de guerra é algo muitas vezes almejado como o ápice da profissão, pela oportunidade de testemunhar e relatar ao público, em tempo real, os fatos que, muitos anos depois, estarão nos livros de História para sempre.
Retratada no cinema por vezes de forma muito mais fantasiosa e romântica do que a realidade, a figura do profissional civil que vai à frente de batalha quando todos tentam fugir de lá é quase tão antiga quanto a própria imprensa. Fundamental para ajudar o público a entender os acontecimentos e enxergar a realidade tal como ela é, ainda que uma análise completa no calor do combate impeça a visão total dos fatos e suas consequências, o correspondente profissional tem hoje uma segunda missão: trabalhar pela verdade na guerra da desinformação das redes sociais, que espalham imagens e textos ora verdadeiros, ora totalmente falsos.
Recentemente fizemos uma pesquisa na RBS e uma das perguntas era “por que o público lê Zero Hora e GZH, ou escuta a Rádio Gaúcha?”: muitas respostas apontavam para algo como “depois que recebo algo nas redes sociais, busco Zero Hora, GZH ou a Gaúcha para verificar se é verdade”. É aí, e em guerras de uma forma ainda mais aguda, que o jornalismo profissional se diferencia.
Na segunda-feira, reunião de membros deste Conselho Editorial decidiu enviar para a cobertura, direto do front, Rodrigo Lopes, um experiente profissional que realizou mais de 30 coberturas internacionais, entre elas as guerras no Líbano, na Primavera Árabe, na Líbia, no Iraque e mais recentemente na Ucrânia.
– Essa cobertura é triste, mas ao mesmo tempo histórica. Se há um lugar no mundo com potencial de provocar uma guerra de proporções mundiais esse local é o Oriente Médio: reúne religião, história, ambições de poder e fanatismos. Explicar, contextualizar e buscar, de forma objetiva, mostrar ao público da RBS o que está em jogo é um desafio que se coloca lado a lado com a necessidade de se manter seguro, enfrentar aeroportos fechados e relatar o drama humano – diz Lopes.
Ao oferecer ao público um relato da guerra pelos olhos de um experiente jornalista gaúcho, conhecido das audiências de RBS TV, Gaúcha, Zero Hora e GZH, com conteúdos exclusivos, análise, contexto e o relato da tragédia que seres humanos estão vivenciando do outro lado do planeta, a RBS faz o glocalismo, o global e o local e suas interconexões, dando a sua contribuição em seu papel de contar a História no momento em que ela surge, na busca da verdade dos fatos, sem nunca perder a dimensão humana.