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Segundo dados do Serviço de Imigração dos Estados Unidos, quase 1,5 milhão de pessoas têm uma sentença de deportação. Destas, 38 mil são brasileiras. Os dados são referentes a novembro de 2024. As informações são da Folha de S. Paulo.
O número abrange apenas cidadãos não americanos que não estão presos e que tem um documento do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas), que feriram as leis de imigração dos EUA e que já tiveram o processo analisado por ao menos um juiz americano.
O Itamaraty estima que havia em 2024 cerca de 2 milhões brasileiros nos EUA, sem especificar o status legal desses cidadãos. No ano passado, 1.859 imigrantes brasileiros foram deportados do território americano. Mesmo que tenham sido expulsos, ainda há formas de eles retornarem depois.
Trump começou seu segundo mandato com foco em políticas anti-imigratórias e iniciou o que foi chamado de a maior operação de deportação massiva da história. Na última sexta-feira (24), 88 brasileiros foram deportados, e chegaram no Brasil em um voo marcado por relatos de maus-tratos e condições degradantes.
Em entrevista concedida nesta segunda-feira (24) ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, Jeferson Maia, brasileiro de Rondônia, compartilhou o drama vivido durante o processo de deportação.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o Brasil tem cobrado explicações do governo norte-americano sobre as condições do voo, com deportados algemados e acorrentados, tanto nas mãos quanto nos pés. O avião fez uma parada inesperada em Manaus antes de seguir para Belo Horizonte, onde o Itamaraty detectou as irregularidades.
A Polícia Federal afirmou que o uso de algemas é praxe, mas deveriam ser retiradas quando o avião pousasse no Brasil, como ocorreu em voos anteriores ao que pousou na capital amazonense.
Imigrantes permanecem mesmo com ordem de deportação
No mesmo documento em que consta o dado dos 38 mil brasileiros sob ordem de deportação, o serviço de imigração americano afirma que não há como listar todas as razões pelas quais não consegue remover do país pessoas com esse status legal.
A agência cita, porém, que os imigrantes conseguem buscar recursos contra a expulsão, como a solicitação de asilo ou a proteção pela Convenção Contra a Tortura, um tratado internacional adotado pela ONU em 1984 e ratificado por diversos países, incluindo o Brasil. Nesse caso, o ICE não consegue efetuar a deportação.
O órgão reclama ainda da falta de cooperação de países estrangeiros para levar adiante as deportações e enumera 15 nações, das quais o Brasil não faz parte.
"O governo dos EUA solicita que os governos estrangeiros tomem medidas apropriadas para confirmar a cidadania de não cidadãos (americanos) suspeitos de serem seus nacionais, o que inclui a realização de entrevistas, a emissão de documentos de viagem de maneira oportuna e a aceitação do retorno físico de seus nacionais por voos comerciais ou fretados agendados, de acordo com as diretrizes de remoção do ICE e/ou do governo estrangeiro", diz o documento.
Especialistas duvidam que Trump vá conseguir expulsar todos que estão em situação irregular no país.
No seu primeiro mandato, o presidente dos Estados Unidos deportou 1,5 milhão de imigrantes. Além das dificuldades operacionais, realizar a expulsão nesse nível geraria fortes impactos econômicos aos EUA.
Segundo o American Immigration Council, um grupo de defesa dos imigrantes, custaria US$ 315 bilhões (R$ 1,8 trilhão) para prender, deter e deportar todos os 13,3 milhões que vivem nos EUA ilegalmente ou sob um status temporário revogável.