O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, decidiu "retirar Cuba" da lista de países patrocinadores do terrorismo. A decisão foi declarada por um funcionário americano de alto escalão, nesta terça-feira (14), a menos de uma semana para a posse de Donald Trump, que pode revertê-la.
— Foi concluída uma avaliação, e não temos informações que apoiem a designação de Cuba como patrocinador estatal do terrorismo — afirmou o funcionário, que pediu o anonimato.
Segundo ele, a decisão é "um gesto de boa vontade com o objetivo de facilitar a libertação das pessoas detidas injustamente" em Cuba. Ele ainda acrescentou que Biden vai fazer um pedido oficial nesse sentido ao Congresso.
Ambiente favorável
O objetivo é criar um ambiente que favoreça "a libertação dos defensores dos direitos humanos", incluídas as pessoas detidas durante os protestos de julho de 2021, explicou a fonte.
— Achamos que o número de pessoas libertadas será significativo — afirmou.
O alto funcionário não quis dar detalhes, mas disse que a libertação aconteceria em um prazo relativamente curto. De acordo com ele, alguns presos seriam liberados antes de a administração Biden terminar em 20 de janeiro.
Medida pode ser provisória
A decisão tomada pelo presidente democrata, que tem menos de uma semana no cargo, pode ser revertida por Trump.
Perguntado se os democratas tiveram conversas com o novo governo republicano, o alto funcionário afirmou que há "comunicação regular sobre uma variedade de temas, e este é um dos assuntos" tratados.
Por mais de seis décadas, Washington impõe a Cuba um embargo comercial que Trump endureceu em seu primeiro mandato, que durou de 2017 a 2021, ao voltar a incluir a ilha na lista de patrocinadores do terrorismo.
Ao chegar à Casa Branca em 2021, Biden prometeu revisar a política sobre Cuba. Porém, ele mudou de opinião após as manifestações antigovernamentais de julho daquele ano na ilha, que tiveram como saldo um morto, dezenas de feridos e diversos presos.