O presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol foi proibido de deixar o país após a tentativa fracassada de impor a lei marcial, segundo um funcionário do Ministério da Justiça. O fato acontece em meio a pedidos para que ele renuncie.
Nesta segunda-feira (9), a oposição da Coreia do Sul acusou o partido governante de orquestrar um "segundo golpe" por apegar-se ao poder e rejeitar o impeachment do presidente por declarar lei marcial.
— Não importa como tentem justificar, a essência permanece intacta: isto é o ato ilegal e inconstitucional de uma segunda insurreição e um segundo golpe de Estado — disse o líder do Partido Democrático, Park Chan-dae, que pediu ao partido no poder que "pare com isto de maneira imediata".
Yoon afundou o país em caos político com sua tentativa de minar o comando civil por meio de uma lei marcial que permaneceu em vigor por seis horas, até que os legisladores conseguiram superar o bloqueio militar para entrar no parlamento e votar a revogação da medida.
A votação obrigou Yoon a recuar e desistir da lei marcial.
Segundo a Constituição sul-coreana, o presidente é chefe de governo e comandante-chefe do Exército, a menos que seja incapacitado ou renuncie, caso em que o poder é repassado interinamente ao primeiro-ministro até que novas eleições sejam organizadas.
Park disse que fingir que Yoon pode permanecer no cargo, mas delegar seus poderes ao primeiro-ministro, que não foi eleito, é uma "violação constitucional flagrante, sem nenhum fundamento legal".
Investigadores anunciaram a detenção do ex-ministro da Defesa, efetuaram uma operação de busca em seu escritório, determinaram proibições de viagem a vários funcionários de alto escalão e convocaram nesta segunda-feira o general que assumiu o comando da lei marcial para um interrogatório.