Dois colaboradores da AFP, Belal Alsabbagh e Youssef Hassouna, ganharam nesta quinta-feira (28) o prestigiado prêmio Rory Peck por sua "poderosa" cobertura da guerra na Faixa de Gaza.
O prêmio foi criado em 1995 em memória do cinegrafista Rory Peck, morto a tiros em Moscou enquanto cobria uma revolta contra o então presidente russo, Boris Yeltsin. A premiação reconhece os melhores trabalhos de jornalistas independentes de vídeo.
Belal Alsabbagh, de 33 anos, e Youssef Hassouna, de 47, venceram na categoria "Notícias" por sua produção em vídeo sobre a guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada pelo ataque do grupo islamista em 7 de outubro de 2023.
O júri elogiou o trabalho como "visual de primeira linha", destacando sua "poderosa narrativa" repleta de "empatia, coragem e talento".
Alsabbagh, colaborador da AFP desde o final de 2017, deixou a Faixa de Gaza em abril com a esposa e filha. Em setembro de 2024, foi finalista do Prêmio Bayeux de correspondentes de guerra.
"Apesar da minha alegria transbordante esta noite, meu coração está apertado porque membros da minha família e amigos continuam em Gaza, passando fome, medo e ainda enfrentando os bombardeios", disse Alsabbagh ao receber o prêmio em Londres.
Hassouna, que começou a colaborar com a AFP em 2014, permanece em Gaza. Desde o início do conflito, teve que mudar de residência dez vezes devido aos ataques israelenses.
"Este prêmio é um reconhecimento merecido por seu excelente jornalismo em condições aparentemente impossíveis", afirmou Phil Chetwynd, diretor de Informação da AFP.
Guillaume Meyer, responsável pela área de vídeo da agência, destacou "a coragem de Belal e Youssef, cujas imagens para a AFP mostraram nas televisões do mundo inteiro a realidade do conflito em Gaza e suas consequências para a população civil".
É a sexta vez desde 2014 que um colaborador da AFP recebe o prêmio Rory Peck.
Entre os três finalistas na categoria "Notícias" estava também Luckenson Jean, colaborador da AFP que cobre a crise no Haiti, país devastado pela violência de gangues criminosas.
* AFP