Kamala Harris e Donald Trump retornam nesta quinta-feira (12) aos Estados mais disputados dos EUA, onde será decidido o resultado das eleições presidenciais.
A democrata espera aproveitar o impulso da elogiada atuação no primeiro debate presidencial, realizado na terça-feira (10). A vice-presidente realizará comícios consecutivos na Carolina do Norte, enquanto Trump viajará ao Arizona, dois dias após Kamala colocar o ex-presidente republicano na defensiva no primeiro confronto direto dos dois candidatos nesta campanha.
No entanto, ainda não está claro se a atuação confiante de Kamala, assistida por 67 milhões de telespectadores nos Estados Unidos, mudará o rumo de uma disputa que permanece acirrada a menos de dois meses da eleição.
A campanha de Kamala afirmou que a candidata, de 59 anos, entra em uma fase "mais agressiva" da corrida pela Casa Branca, "buscando capitalizar sua vitória decisiva no debate e aproveitar o impulso".
A equipe de Kamala acrescentou que ela também se envolveria mais com a mídia: ela concedeu apenas uma entrevista televisiva desde que o presidente Joe Biden decidiu, em julho, abandonar a candidatura.
Os comícios de Kamala em Charlotte e Greensboro, na Carolina do Norte, "reforçarão sua mensagem de que o país precisa virar a página de Trump", acrescentou a campanha.
O debate da ABC News, realizado na Filadélfia, foi um impulso bem-vindo para Kamala, já que o entusiasmo inicial que a ajudou a apagar a vantagem de Trump nas pesquisas parecia estar se estabilizando.
A ameaça mais grave
Trump subirá ao palco em Tucson, Arizona, em meio a relatos da mídia sobre a inquietação em seu campo em relação à forma como Kamala conseguiu desafiá-lo em temas como aborto e política externa.
O republicano, de 78 anos, se concentrará na "economia em dificuldades e no crescente custo da habitação", informou sua campanha, o que indica uma tentativa de focar nas preocupações eleitorais dominantes, em vez de em teorias conspiratórias e insultos.
Em ambos os casos, a escolha dos Estados indecisos para seus primeiros comícios após o debate reflete a necessidade de conquistar grupos-chave de eleitores.
Kamala Harris pretende incentivar os eleitores negros e jovens da Carolina do Norte a apoiarem sua tentativa de se tornar a primeira mulher presidente dos EUA, em um Estado onde ela conseguiu apagar uma vantagem de seis pontos de Trump no último mês.
Enquanto isso, Trump se direciona aos eleitores hispânicos no Arizona, onde Biden venceu por uma pequena margem de cerca de 10 mil votos nas eleições de 2020.
O retorno a esses Estados — no coração das eleições — ocorre um dia após a breve trégua entre Trump e Kamala para comparecerem à cerimônia de comemoração de mais um aniversário dos ataques de 11 de setembro em Nova York.
Nesta quinta-feira (12), a candidata ainda colhia os frutos do debate: outro republicano, Alberto Gonzales, que foi procurador-geral durante a presidência de George W. Bush, ofereceu seu apoio.
Gonzales escreveu no portal de notícias norte-americano Politico que Trump é "talvez a ameaça mais grave ao Estado de Direito em uma geração", citando seu encorajamento aos distúrbios de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio, em meio a uma tentativa sem precedentes de contestar a vitória eleitoral de Biden.
Próximos passos
Ambos os candidatos continuarão percorrendo os locais mais determinantes nos próximos dias.
Kamala retornará à crucial Pensilvânia na sexta-feira (13) para eventos de campanha em Johnstown e Wilkes-Barre, antes de participar de um jantar de premiação no sábado (14) com seu marido, Doug Emhoff.
Na sexta-feira, Trump fará um discurso em Las Vegas sobre o custo de vida em Nevada, outro Estado-chave.
O companheiro de chapa de Kamala, Tim Walz, viajará a Michigan e Wisconsin de quinta a sábado como parte de um giro de campanha pelos estados indecisos.