As Forças Armadas da Venezuela ratificaram, nesta terça-feira (6), sua "absoluta lealdade" ao presidente Nicolás Maduro e tacharam de "desesperados e sediciosos" os pedidos de apoio da oposição, que denuncia fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho.
"Rejeitamos veementemente as declarações desesperadas e sediciosas contidas em um documento publicado nas redes sociais", disse o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, ao ler um comunicado do alto comando militar e policial do país caribenho.
Ele se referiu a uma carta aberta divulgada na segunda-feira pelos opositores Edmundo González Urrutia e María Corina Machado, na qual eles pediam às forças de segurança que "ficassem do lado do povo" e cessassem a "repressão" aos protestos. González assinou a carta como "presidente eleito".
As manifestações da oposição deixaram pelo menos 11 civis mortos, de acordo com organizações de direitos humanos, e mais de 2.000 detidos. Dois militares morreram.
"Esses fatos e pedidos irracionais que buscam minar nossa unidade e institucionalidade, mas nunca terão sucesso", acrescentou Padrino.
"Ratificamos nossa absoluta lealdade ao cidadão Nicolás Maduro Moros (...), que foi legitimamente reeleito pelo poder popular para o próximo mandato presidencial 2025-2031, destacou."
Padrino, no cargo desde 2014, garantiu que as eleições presidenciais foram realizadas sob "os mais altos padrões de transparência" e apoiou o apelo do presidente esquerdista ao Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), pró-governo, para "certificar" os resultados.
O tribunal "terá a última palavra", disse ele.
Na segunda-feira, a promotoria abriu uma investigação criminal contra Gonzalez e Machado por supostamente "instigarem a insurreição", entre outros crimes, após a carta.
No domingo, uma semana após as eleições, Maduro parabenizou a "conduta exemplar" da Guarda Nacional, o órgão militar encarregado da ordem pública.
Em 2 de agosto, a autoridade eleitoral ratificou a reeleição de Maduro como presidente, com 52% dos votos contra 43% de Gonzalez Urrutia. A oposição denunciou fraude e publicou em um site cópias dos relatórios eleitorais que apoiariam a vitória de seu candidato, documentos rejeitados pelo chavismo.
O Conselho Nacional Eleitoral não publicou resultados eleitorais detalhados.
Durante sua campanha para um terceiro mandato que o projeta para 18 anos no poder, Maduro enfatizou repetidamente que tinha o apoio das Forças Armadas.
* AFP