Os líderes da oposição ao chavismo na Venezuela, Edmundo González Urrutia e María Corina Machado, divulgaram carta nesta segunda-feira (5) em que pedem que González seja proclamado, pelas autoridades oficiais, o presidente eleito do país.
"Ganhamos esta eleição sem discussão alguma. Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora nos cabe a todos fazer respeitar a voz do povo. Procede, de imediato, a proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da república."
EDMUNDO GONZÁLEZ URRUTIA E MARÍA CORINA MACHADO
Líderes da oposição venezuelana
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), autoridade eleitoral da Venezuela, já proclamou a reeleição de Nicolás Maduro. No entanto, os resultados oficiais não são reconhecidos pelos opositores e nem por grande parte da comunidade internacional. Países como Estados Unidos, Peru, Argentina e Uruguai apontam vitória de González, enquanto outros, como o Brasil, a Colômbia e o México, pedem mais transparência sobre os votos antes de emitir posicionamento.
Maduro diz ter vencido com 51% do eleitorado a seu lado. No entanto, as atas com os registros de voto das seções eleitorais não foram publicadas. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), alinhado ao atual governo, alega que um ataque hacker, supostamente vinculado a uma tentativa de fraude das urnas, prejudicou a apuração.
Os opositores, liderados por Maria Corina e González, afirmam que acessaram as atas e que sua vitória foi com 67% dos votos. "Ganhamos em todos os Estados do país e em quase a totalidade dos municípios", diz a carta publicada nesta segunda.
A mensagem publicada por González também faz um "chamado à consciência" de militares e policiais, para que não repreendam com violência protestos pacíficos contra o governo: "Os urgimos a impedir a selvageria do regime contra o povo e a respeitar, e a fazer respeitar, o resultado das eleições".