Um sangrento confronto entre grupos criminosos armados deixou, nesta terça-feira (13), pelo menos cinco mortos e três feridos em uma área de mineração no sul do Equador, cobiçada por organizações do narcotráfico, informou a polícia local.
"Na manhã de hoje, teria ocorrido um ataque entre integrantes de grupos armados organizados que causou a morte de 5 pessoas e deixou 3 feridos em uma mina no cantão de Camilo Ponce Enríquez", declarou a polícia em sua conta na rede social X.
Mídias locais relataram que, por volta das 07H00 locais (09H00 de Brasília), ocorreu uma troca de tiros que durou 30 minutos, protagonizada por gangues criminosas que disputam o controle desta rica área de mineração, localizada na província andina de Azuay (sul).
Ainda segundo a imprensa, no local do incidente foram encontrados corpos decapitados e um incinerado.
Ponce Enríquez, onde o prefeito José Sánchez foi assassinado a tiros em abril, está entre as 20 localidades onde, desde a última quinta-feira, vigora um toque de recolher noturno de sete horas, decretado pelo presidente equatoriano, Daniel Noboa, para conter os altos níveis de violência no país.
Além disso, essa localidade e cinco das 24 províncias equatorianas estão sob estado de exceção por 60 dias, por ordem de Noboa desde 2 de julho.
A mineração ilegal é uma das atividades mais cobiçadas pelas quadrilhas criminosas, pois tem potencial de gerar entre 800 milhões e 1 bilhão de dólares (entre R$ 4,39 bilhões e R$ 5,48 bilhões) anuais, segundo um artigo dos pesquisadores Renato Rivera e Carlos Bravo, publicado em uma revista local especializada em segurança.
Nesse cenário, a gangue "Los Lobos" controla e opera cerca de vinte minas em Ponce Enríquez, com ganhos estimados em US$ 3,6 milhões (R$ 19,75 milhões) por mês, de acordo com o portal jornalístico Código Vidrio.
A disputa pelo poder entre as gangues criminosas resultou em altos índices de violência no Equador, um país de 17 milhões de habitantes.
A taxa de homicídios passou de 6 por 100 mil habitantes em 2018 para o recorde de 47 por 100 mil em 2023.
* AFP