Mais de 50 haitianos que estavam ilegalmente nos Estados Unidos foram deportados nesta quinta-feira (18) pelas autoridades americanas para seu país, abalado pela violência das gangues, afirmou à AFP um funcionário de migração haitiano.
Um total de 40 homens e 12 mulheres pousaram no aeroporto internacional de Cap-Haitien, a segunda maior cidade do Haiti, indicou o funcionário.
No final de março, mais de 480 organizações de direitos humanos solicitaram "uma moratória das expulsões à República do Haiti" em uma carta dirigida ao presidente americano Joe Biden e a seus secretários de Estado, Antony Blinken, e de Imigração, Alejandro Mayorkas.
"Hoje, devido à falta de instituições que funcionem, os grupos armados aterrorizam a população por meio de estupros sistemáticos, sequestros indiscriminados e assassinatos em massa, com total impunidade", destacaram.
Em março, Estados Unidos, União Europeia e Nações Unidas removeram grande parte de seu pessoal no país devido à instabilidade reinante.
Os nove membros do Conselho Presidencial de Transição do Haiti foram designados na terça-feira por decreto oficial.
Esse conselho deve garantir uma transição quando o questionado primeiro-ministro Ariel Henry, que concordou em renunciar em março, deixar efetivamente seu cargo, abrindo caminho para uma eleição presidencial. Henry está fora do país há várias semanas.
Sem presidente nem Parlamento, o Haiti não tem eleições desde 2016. Cerca de 80% da capital está nas mãos de grupos criminosos, acusados de inúmeros abusos, em particular assassinatos, estupros, roubos e sequestros para extorsão.
* AFP