Um ataque aéreo dos Estados Unidos no Iraque matou, nesta quarta-feira (7), um comandante de um grupo armado pró-iraniano que estava envolvido na ofensiva contra as tropas de Washington, afirmou o Exército americano.
A incursão ocorreu "em resposta aos ataques contra membros do serviço americano" e matou um comandante das Brigadas Hezbollah, "responsável por planejar e participar diretamente de ataques contra as forças americanas na região", segundo o Comando Central das forças armadas americanas. "Não há indícios de danos colaterais ou vítimas civis neste momento", acrescentou, via redes sociais (veja a publicação abaixo).
Washington lançou uma onda de ataques contra alvos vinculados ao Irã no Iraque e na Síria na semana passada, depois de três soldados americanos serem mortos na Jordânia em 28 de janeiro.
"Os Estados Unidos vão continuar tomando as medidas necessárias para proteger o nosso povo. Não hesitaremos em responsabilizar todos aqueles que ameacem a segurança de nossas forças", completou o comando militar americano.
Um integrante das Brigadas Hezbollah — que anunciaram que suspenderiam a violência contra as forças americanas após o ataque letal na Jordânia — confirmou a morte de um comandante responsável pelo "expediente militar" na Síria, o identificando como Abu Bakr al-Saadi.
A coalizão Hashed al-Shaabi, que reúne grupos paramilitares principalmente pró-Irã que agora estão integrados às forças de segurança regulares iraquianas, também confirmou a morte de Saadi em comunicado.
Um funcionário do Ministério do Interior iraquiano disse que um total de três pessoas - dois dirigentes das Brigadas Hezbollah e seu motorista — morreram no ataque, realizado por um drone, no bairro de Mashtal, na zona leste da capital do Iraque, Bagdá.
"Brincar com fogo"
Forças de segurança foram enviadas ao local, bloqueando o acesso ao bairro após o ataque, de acordo com informações da agência de notícias AFP. Depois, durante a noite, os restos de um automóvel foram removidos da área.
As tropas americanas e aliadas foram atacadas mais de 165 vezes no Oriente Médio desde meados de outubro, em uma campanha realizada por grupos armados apoiados pelo Irã e incomodados com o apoio dos Estados Unidos a Israel na guerra contra o movimento Hamas na Faixa de Gaza.
Washington considera as Brigadas Hezbollah um grupo terrorista, que poderia ter participado do ataque na Jordânia, segundo o governo americano.
Por sua vez, a coalizão Hashed al-Shaabi relatou que 16 de seus combatentes morreram e 36 pessoas ficaram feridas nos ataques americanos de sexta-feira (2), que, segundo Washington, atingiram 85 alvos em sete lugares diferentes do Iraque e da Síria. "Ter o Hashed al-Shaabi como alvo é brincar com fogo", advertiu o líder do grupo, Faleh Al Fayyad, no domingo.
A ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) reportou que ao menos 29 combatentes pró-Irã tinham morrido na Síria.
Os Estados Unidos e o Iraque iniciaram conversas sobre o futuro da presença de tropas lideradas por Washington em janeiro, após o pedido do primeiro-ministro iraquiano de um calendário para sua retirada. Washington tem cerca de 900 soldados na Síria e 2,5 mil no Iraque como parte de uma coalizão internacional contra o grupo Estado Islâmico.
Suas tropas estacionadas no Iraque estão ali a convite de Bagdá, enquanto as presentes na Síria se encontram em áreas fora do controle do governo sírio de Bashar al-Assad.