Bombardeios dos Estados Unidos em alvos pró-Irã no Iraque e na Síria deixaram pelo menos 39 mortos na sexta-feira (2). A ofensiva ocorreu em represália pela morte de três soldados norte-americanos na Jordânia no final de janeiro.
Pelo menos 23 combatentes pró-Irã morreram no leste da Síria, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). No Iraque, o governo relatou 16 mortos, incluindo civis.
Os Estados Unidos disseram ter lançado bombardeios contra forças de elite iranianas e grupos pró-Teerã em resposta ao ataque de 28 de janeiro a uma base na Jordânia, perto da fronteira com a Síria. Nessa data, três militares americanos morreram em um ataque que Washington atribui a grupos apoiados pelo Irã.
Os ataques americanos foram criticados pelas autoridades dos países alvejados, assim como pelo Irã. As represálias americanas contribuem pra "avivar o conflito no Oriente Médio de uma forma extremamente perigosa", afirmou o ministério sírio das Relações Exteriores em nota. Já o governo do Iraque denunciou uma "violação da soberania iraquiana" e anunciou que convocará o encarregado de negócios americano para notificar-lhe seu protesto.
Inimigo de Washington, o Irã condenou "energicamente" os bombardeios, chamando-os de "erro estratégico", e advertiu que poderiam "agravar as tensões e a instabilidade na região". O movimento palestino Hamas afirmou, por sua vez, que os ataques americanos apenas acrescentam "lenha na fogueira" e que Washington será "responsável pelas consequências".
No total, as forças americanas atacaram 85 alvos em sete pontos diferentes: quatro na Síria, e três, no Iraque. A operação durou cerca de 30 minutos e foi "um sucesso", declarou a Casa Branca, reiterando, no entanto, que não quer uma "guerra" com o Irã.
"Os Estados Unidos não buscam conflitos no Oriente Médio, nem em qualquer outro lugar do mundo. Mas que todos aqueles que querem nos prejudicar saibam: se prejudicarem um americano, nós responderemos", frisou Joe Biden em um comunicado. "Nossa resposta começou hoje. Continuará no momento e nos lugares que escolhermos", completou o presidente norte-americano.