O presidente argentino, Javier Milei, enfrenta nesta quarta-feira (24) a primeira greve geral em apenas 45 dias de governo, contra seu ajuste fiscal e um gigantesco plano de reformas de leis e normas há décadas em vigor.
No início da manhã desta quarta-feira (24), manifestantes começaram a se reunir, vindos de todos os lados da cidade de Buenos Aires, com faixas que carregavam slogans como "o país não está à venda" para participar da manifestação principal, que acontece em frente ao Congresso.
A partir das 12h, eles marcharam pela Avenida de Maio, uma das principais da cidade, até a frente do Congresso, ocupando uma área de mais de um quilômetro. Diversas ruas do entorno também ficaram tomadas por manifestantes
O protesto faz parte de uma greve geral que paralisou diversos setores no país nesta quarta, como bancos, aeroportos, serviços públicos e indústrias, principalmente das 12h à 0h. Parte dos comércios e empresas, porém, seguiu aberta, e os transportes na capital argentina funcionarão até as 19h, aguardando o fim do ato.
O protesto ocorre particularmente em rejeição às alterações por decreto do regime trabalhista promovidas pelo ultradireitista Milei, que limitam o direito à greve e afetam o financiamento dos sindicatos.
A greve geral é convocada pela maior central sindical da Argentina, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), de orientação peronista, com o apoio da Confederação dos Trabalhadores Argentinos (CTA), a segunda maior, que esperam reunir dezenas de milhares de manifestantes.
O transporte aéreo foi um dos primeiros setores a sentir os efeitos sobre sua atividade, já que a estatal Aerolíneas Argentina, a maior companhia aérea do país, cancelou todos os seus voos do dia várias horas antes do protesto.