O conflito entre Venezuela e Guiana pelo território de Essequibo será tema de discussão no Conselho de Segurança da ONU nesta sexta-feira (8), em reunião a portas fechadas, de acordo com cronograma oficial. Não haverá transmissão do encontro nem será permitida a entrada de qualquer pessoa que não faça parte do conselho.
No domingo passado, a Venezuela realizou um referendo no qual mais de 95% dos eleitores que participaram aprovaram a criação de um estado no Essequibo, incorporado ao mapa venezuelano, e a concessão de cidadania aos 125 mil habitantes da região. O presidente Nicolás Maduro enviou um projeto de lei à Assembleia do país para executar o plano. Em resposta, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, afirmou que acionaria o Conselho de Segurança da ONU contra a medida.
O ministro das Relações Exteriores guianês, Hugh Todd, pediu ao presidente do conselho, em carta, que convocasse "urgentemente uma reunião" para discutir a disputa sobre o Essequibo, região rica em petróleo que pertence à Guiana, mas é reivindicada pela Venezuela. No documento, ao qual a agência AFP teve acesso, são descritas "as ações tomadas" pela Venezuela "para anexar e incorporar formalmente ao território venezuelano a região de Essequibo, na Guiana, que constitui mais de dois terços do território soberano do país".
As ações tomadas pela Venezuela "só agravarão ainda mais a situação. Sua conduta constitui claramente uma ameaça direta à paz e à segurança da Guiana e, de forma mais ampla, ameaça a paz e a segurança de toda a região", concluiu o ministro das Relações Exteriores em sua carta ao Conselho de Segurança.
Na quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram exercícios militares aéreos em conjunto com a Guiana. A Venezuela criticou a operação.