Familiares da professora gaúcha Catiúscia Machado, de 43 anos, encontrada morta na banheira do apartamento em que morava em Sydney, na Austrália, estão em busca de respostas. Eles aguardam os desdobramentos da investigação da polícia australiana e o resultado da autópsia para trazer o corpo para o Brasil — ainda não há uma previsão de quando isso deverá ocorrer.
Eliaide Machado, mãe da vítima, disse em entrevista ao programa Gaúcha Mais, na Rádio Gaúcha, que foi acordada por volta de 1h30min desta segunda-feira (27) por agentes da polícia australiana e que foi preciso uma intérprete para traduzir a conversa. De acordo com ela, o relacionamento de Catiúscia com o suspeito, que está preso, tinha quase dois anos, mas a família tinha pouco contato com o homem.
Segundo a mãe de Catiúscia, ela e a filha conversavam diariamente, por telefone ou chamada de vídeo, no começo de cada manhã. No entanto, ela suspeitou de um último contato da filha, ainda na sexta-feira (24), dia em que ela estava prestes a viajar para a Tailândia. O corpo da canoense foi encontrada no sábado (25), envolto pelo gelo.
— Era sagrado a gente bater um papo de 15, 20 minutos. Ela contava como estava, sobre o curso e ela estava muito feliz. Na sexta, eu já não consegui mais falar com a minha filha, só que ela ficou online e não me respondia, aí eu já comecei a ficar preocupada. A única coisa que ela me disse foi que ele estava indo para Tailândia. — contou a mãe. — Ela falou que ela estava no aeroporto e deu problema no embarque dele, aí ela teve que atrasar o voo dela. Aí depois eu não consegui mais falar com ela, porque eu achei que ela teria viajado com ele — disse.
Vítima pretendia retornar ao Brasil
O suspeito, que é de Vila Velha, no Espírito Santo, teria histórico de violência doméstica. O irmão de Catiúscia chegou a ser informado da situação antes da morte da professora. A mãe confirmou a situação, mas alegou que a filha nunca disse algo sobre o comportamento do namorado (ouça abaixo a entrevista à Rádio Gaúcha).
— Ele (suspeito) tem dois filhos e a ex-esposa entrou em contato com o meu filho, dizendo que ele era um cara violento e que a separação deles foi bem turbulenta. Inclusive, um investigador de justiça veio aqui no meu apartamento procurar ele, porque ele bateu na ex-mulher em Vila Velha — contou.
Ainda conforme Eliaide, a filha pretendia retornar ao Brasil na metade de 2024 e não tinha planos de continuar morando na Austrália. A mãe da vítima alegou ainda que o suspeito pretendia ir para os Estados Unidos e que insistia para Catiúscia ir junto.
— Eu acho que ela viu que ele não era o que ela pensava sobre. E nós estamos pensando que foi por isso que ele tirou a vida dela — lamentou. — Uma vez ela me disse que ele conseguiu um visto e queria ir para os Estados Unidos, mas ela não, pois pretendia retornar (para o Brasil) — afirmou.