A junta militar birmanesa perdeu o controle de uma cidade estratégica na fronteira com a China que caiu nas mãos de uma aliança de grupos étnicos após intensos combates, indicou um porta-voz do governo.
"O governo, as organizações administrativas e as forças de segurança já não estão presentes" em Chinshwehaw, fronteira com a província chinesa de Yunnan, declarou o porta-voz Zaw Min Tun.
Na semana passada, violentos combates eclodiram no estado de Shan, que desenvolve um bilionário projeto de trem de alta velocidade como parte da política de Novas Rotas da Seda de Pequim.
O Exército de Libertação Nacional de Taaung (TNLA), o Exército de Arakan (AA) e a Aliança Nacional Democrática de Mianmar (MNDAA) tomaram o controle de vários postos militares, assim como de rotas comerciais estratégicas com a China, principal parceiro comercial de Mianmar.
Mais de 6.000 pessoas teriam sido deslocadas em quatro dias de combates entre o Exército e os movimentos rebeldes no norte de Mianmar e centenas teriam fugido para a China, disse na segunda feira o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
Mianmar, país do Sudeste Asiático está mergulhado em um violento conflito civil desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021, que tomou o poder da líder civil Aung San Suu Kyi.
* AFP