Após semanas de negociações, Israel e o Hamas chegaram nesta terça-feira (21) a um acordo que prevê a libertação de 50 reféns mantidos pelo grupo terrorista na Faixa de Gaza desde o ataque de 7 de outubro. Em troca, o governo israelense se comprometeu em interromper os ataques aéreos e terrestres na Faixa de Gaza por até cinco dias e a soltar cerca de 150 palestinos detidos em Israel.
Pelo acordo, serão libertados 30 crianças, oito mães e outras 12 mulheres. Eles devem ser soltos em etapas e encaminhados pela Cruz Vermelha para seis hospitais em Israel. A expectativa é que a primeira leva seja libertada na quinta-feira (23).
O acordo foi aprovado no fim da noite desta terça-feira (horário de Brasília) pelo gabinete de guerra israelense. Com o aumento da pressão interna e externa e notícias de possíveis mortes de reféns, Israel, que rechaçava a ideia de acordo, mudou de postura.
"O governo de Israel está comprometido com a tarefa de trazer todos os sequestrados para casa. Na noite de hoje (terça-feira), o governo aprovou as linhas gerais para o primeiro passo para atingir esse objetivo, segundo o qual pelo menos cinquenta reféns – mulheres e crianças – serão libertados ao longo de quatro dias, durante os quais haverá uma pausa nos combates", diz o comunicado do escritório do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. "Para cada 10 reféns a mais que forem libertados, haverá mais um dia de pausa nos combates."
Horas antes da reunião do gabinete, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu havia pedido apoio ao acordo em um pronunciamento em rede de TV.
“Decisão correta”
No pronunciamento, Netanyahu disse que o acordo era uma decisão “difícil, mas correta”. Ele salientou, no entanto, que isso não significa o fim da operação em Gaza.
— Nós não vamos parar depois do cessar-fogo. Quero esclarecer: estamos em guerra, continuaremos em guerra até atingirmos todos os nossos objetivos. Destruiremos o Hamas, devolveremos todos os nossos sequestrados e desaparecidos — afirmou o primeiro-ministro.
Também nesta terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também mostrou estar otimista com a perspectiva de um acordo que permitisse a libertação de parte dos reféns.
— Estamos muito, muito perto. Podemos levar alguns desses reféns para casa muito em breve — disse.
A guerra chegou ontem ao 46º dia. Na semana passada, Netanyahu já havia declarado que um acordo com o Hamas estava mais próximo. As negociações foram mediadas por Estados Unidos e Catar.