O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, disse, nesta terça-feira (21), que o movimento islâmico "está próximo de alcançar" um acordo para uma trégua na guerra com Israel, segundo um comunicado publicado no Telegram.
"Estamos perto de alcançar um acordo para uma trégua", declarou Haniyeh, conforme a postagem.
Negociadores têm trabalhado para fechar um acordo que permita a libertação dos cerca de 240 reféns — a maioria israelenses, sequestrados em 7 de outubro, durante o ataque mais mortal na região. Combatentes do Hamas também mataram cerca de 1,2 mil pessoas durante a incursão ao território israelense — grande parte, civis.
Em retaliação ao ataque, Israel lançou um bombardeio incessante contra a Faixa de Gaza e uma ofensiva terrestre, prometendo derrotar o Hamas e assegurar a libertação dos reféns. Segundo autoridades palestinas, a guerra já matou mais de 13,3 mil palestinos, milhares deles crianças.
O Catar, onde o Hamas tem um escritório político e Haniyeh está baseado, media intensas negociações. No domingo (19), o primeiro-ministro do país, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, disse que um acordo para libertar alguns dos reféns em troca de um cessar-fogo temporário depende de questões práticas "menores".
Na segunda-feira, o presidente americano, Joe Biden, disse, em Washington, acreditar que um acordo para libertar os reféns estava próximo. "Eu acredito que sim", afirmou Biden, ao ser questionado a respeito. Em seguida, o presidente cruzou os dedos em sinal de esperança em um desfecho positivo.
Duas fontes próximas das negociações disseram à agência de notícias AFP que um acordo provisório inclui uma trégua de cinco dias, que implicaria em um cessar-fogo no terreno e limites às operações aéreas de Israel no sul de Gaza. Em contrapartida, entre 50 e 100 reféns mantidos pelo Hamas e pela Jihad Islâmica — outro grupo de militantes palestinos — seriam libertados. Entre estes, estariam civis israelenses e de outras nacionalidades, mas não pessoal militar. Segundo a proposta de acordo, cerca de 300 palestinos seriam libertados de prisões israelenses — entre eles, mulheres e crianças.
A Casa Branca informou que as negociações se encontravam em um estágio de "finalização", mas se recusou a dar mais detalhes para não comprometer um resultado bem-sucedido.
Separadamente, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha dise, na segunda-feira, que sua presidente, Mirjana Spoljaric, havia viajado para o Catar para se reunir com Haniyeh a fim de "avançar em questões humanitárias relacionadas com o conflito armado em Israel e Gaza".
Em um comunicado, a organização sediada em Genebra informou que continuava "a apelar pela proteção urgente de todas as vítimas do conflito e pelo alívio da situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza". Também disse que "pediu persistentemente a libertação imediata dos reféns".
A Organização das Nações Unidas (ONU), que há semanas pede um cessar-fogo por razões humanitárias, estima que a guerra já fez quase 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza saírem de suas casas.