O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu "desmantelar" o Hamas, na primeira reunião do gabinete do novo governo de emergência nacional em Tel Aviv, ocorrida neste domingo (15). A afirmação foi feita antes da sessão, que começou com um momento de silêncio pelas vítimas israelenses na guerra contra o grupo terrorista que atua na Faixa de Gaza.
— Estamos trabalhando 24 horas por dia, como uma equipe e uma frente unida. A unidade entre nós transmite uma mensagem clara à nação, ao inimigo e ao mundo. Vamos desmantelar e destruir os monstros sanguinários do Hamas — disse Netanyahu.
O primeiro-ministro também dedicou a fala ao exército israelense:
— Vi nossos incríveis soldados que agora estão na linha de frente. Eles sabem que toda a nação está apoiando-os. Eles entendem o escopo da missão. Estão prontos para agir a qualquer momento a fim de derrotar os monstros sanguinários que se levantaram contra nós para nos destruir.
Em um comunicado, o exército israelense reforçou que "soldados e batalhões estão implantados em todo o país e estão aumentando a prontidão operacional para as próximas etapas da guerra, com ênfase em operações significativas por terra". Também foi informado que a ofensiva incluirá não apenas ataques terrestres, mas também aéreos e marítimos, que cobrirão um "campo de combate expandido".
O conflito entre Israel e Hamas chega ao nono dia neste domingo sob a expectativa de uma invasão terrestre de Tel Aviv na Faixa de Gaza, território regido pelo grupo terrorista e onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas.
Na sexta-feira (13), Israel havia dado 24 horas para quem estivesse no norte de Gaza, onde vivem cerca de 1,1 milhão de pessoas, se deslocasse para o sul. A operação era impossível de ser realizada com segurança, de acordo com as Nações Unidas, e que seria uma sentença de morte a pacientes vulneráveis nos hospitais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Cidades evacuadas no sul
Enquanto o novo prazo que o exército israelense havia dado para palestinos deixarem o norte de Gaza se esgotava, a região sul de Israel terminava de ser esvaziada em uma operação apoiada pelo governo.
A cidade israelense de Sderot, a menos de quatro quilômetros da Faixa de Gaza, está retirando seus últimos moradores. Cerca de dois terços dos 30 mil habitantes já foram deslocados, e a maioria dos cidadãos restantes deve deixar a região neste domingo, segundo afirmações do vice-prefeito, Elad Kalimi, ao jornal Times of Israel.
No começo da tarde de domingo em Israel, alertas de foguetes soaram em diversas dessas cidades na fronteira e foram seguidos de explosões. A expectativa é de que algumas pessoas permaneçam nessas cidades por opção ou por dificuldades para fazer o deslocamento. Quem deixa a região está ficando em hotéis em Tel Aviv, Jerusalém e Eilat com apoio estatal.
O Hamas, por sua vez, pede para que a população não saia sob a justificativa de que Israel tem o objetivo de "semear confusão entre os cidadãos e prejudicar a coesão interna". Tel Aviv acusa o grupo terrorista de impedir que os civis se locomovam.